A Boxeadora - Capítulo 2

Cenas inadequadas para menores de 16 anos kkk

-Filha acorda, está na hora de ir para escola! – fala minha mãe empurrando meu braço lentamente para me fazer despertar.
-Mãe não quero ir para escola...- falo ainda com minha cara na travesseiro e com olhos fechados de sono – não preciso estudar para ser uma lutadora.
- Querida você só dez anos, querendo ou não tem que estudar para ser o que quiser no seu futuro. – fala com sua voz doce, eu amava escutar a voz da minha mãe pela manhã cedinho.
Olho para ela com olhar de desaprovação do que ela tinha falado e enfio minha cara no travesseiro de novo.
- Pense no lado positivo, você tem aula de biologia hoje...- fala ela arrumando meu cabelo cacheado – e você e ótima em biologia, agora se levante e vá tomar café, se não nada de treino com o papai hoje mocinha!
Nada de treino, me levantei da cama em um pula e dei um abraço nela, naquele momento eu não a queria soltar, me sentia segura ao estar envolvida nos braços dela.

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Comecei a sentir uma dor cruciante nos meu braços, nas pernas, em todo o meu corpo, quando abri os olhos olhei para o céu que estava cinza claro, passei dois minutos lembrando do meu sonho com minha mãe, até que meu coração começou a bater fortemente e todas aquelas imagens vieram a tona, as pessoas morrendo, as casas sendo destruídas, Miami sendo devastada por bombas sinistras, e batendo minha cabeça em uma parede, tão forte que fez meu nariz latejar. Meu corpo estava em baixo de várias pedras e estava imóvel, não o sentia, tenho que sair daqui, o desespero começou dentro do meu corpo, comecei a me mexer loucamente até conseguir livrar meu braço, em seguida puxei de uma vez o outro que a pedra o arranhou todo fazendo sangrar um pouco, com isso empurrei todas as pedras que estava em minha barriga e nas minhas coxas, por sorte eram menores mais ainda fizeram minha barriga ficar com grandes hematomas, consegui levantar meu tronco e sentar, puxei minha perna esquerda, depois a direita, tive mais dificuldade por estar presa em meio a duas grandes pedras, quando conseguir me livras de todas aquelas pedrarias, rolei para o outro e fiquei deitado tentando recuperar o folego.
Senti minhas artérias circulando em todo o meu corpo definitivamente, me sentei novamente e de repente fiquei sem ar com a imagem medonha que via, a cidade estava um caos, prédios e lojas todos aos pedaços, o que restou delas foi apenas algumas paredes pela metade em pé, não se via o calçamento da rua apenas pedaços e mais pedaços de pedras e sangue, muito sangue , pessoas mortas e decaptadas, meu estômago embrulhou totalmente, Quer merda! Ben!
Rapidamente me levantei e ao dar o primeiro passo tropeçei sobre um braço ensanguentado, me sentei e desesperadamente rastejei para longe do braço até conseguir me levantar para correr, estava ofegante e nem tinha começado a correr direito, não sabia mais onde eu estava, nem que rua mais estava, todas eram agora irreconhecíveis, avistei um pedaço de metal enferrujado onde tinha o nome Hot Dog, lembrei, foi ali que eu estava com o Ben quando nos beijamos e corremos, corri pelo lado contrário onde eu havia saído e batido a cabeça, Onde você está Ben? Não pode estar morto! Minha cabeça martela meu coração, começei a chorar antes mesmo de para de correr, me ajoelhei e começei a empurrar as pedras por de onde eu estava deitada, nada, nada, nada ,nada. Meus dedos doíam muito, mais eu não parava, até que conseguir ver uma mão grande no meio das pedras mais adiante, corri em direção a ela e me joguei, ela não estava decaptada, empurrei as pedras do braços e ... Ah não!
Ben estava ali, cheio de poeira, continuei tirando as pedras do corpo do Ben, coloquei o meu ouvido no peito dele e não escutei nada, começei a soluçar loucamente, juntei minhas mãos uma em cima da outra no peito dele e fiz força, ele não pode estar morto, Ben reaja, reaja!
Ele não se movia, seu olhos verdes estavam vidrados para o céu cinza, por favor,por favor, por favor, não me deixe sozinha. Era inútil, ele não se movia enquanto eu chorava loucamente começou a chover, o céu cinza estava se tornando negro, a noite estava caindo, eu não parava de flexionar meu punhos no peito dele, fiz respiração boca a boca, mas nada, ele não reagiu.
 Ben está morto. 
A chuva caía mais forte, eu estava completamente encharcada e deitada com os olhos fechados, Ben estava do meu lado, morto, eu não sabia o que fazer, lembrei dos lábios dele nos meus , antes de tudo isso aconteçer, dele me apertando fortemente para si, seu olhos me fitando, seu sorriso , estava tudo se apagando, agora a única coisa na minha cabeça era o rosto imóvel do Ben morto.
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Abri os olhos tinha parado de chover, o céu estava claro e o sol escaldante, queria que tudo isso fosse um pesadelo, a imagem da cidade, das pessoas mortas e do Ben ... Morto. Me levantei, dava para ver melhor agora o estrago em que a cidade se situava, tinha um avião em que ocupava mais da metade do bairro, meio inteiro e outra parte totalmente queimada, olhei para o Ben que estava do mesmo modo, aliás ele está morto. Começei a me afastar, a dor mais uma vez apertando o meu peito, tinha de sair dali, ver se tinha alguém vivo, não escutei barulho de voz nenhuma a não ser de paredes caindo, se eu sobrevivi e esse ataque terrorista alguém também tinha que sobrevivido, eu espero.
Olhei uma ultima vez para o Ben,cheguei mais perto do corpo, e fechei os olhos dele num pequeno toque, aquela será uma cena que nunca sairia da minha mente, Adeus Ben.
Andei para longe do corpo de Ben e segui adiante, tinha esperança de encontrar alguém que me ajude a sair daqui e saber o porque que Miami foi destruída, começei a pensar na minha família que morava em Miami, meu coração acelerou, e lágrimas começaram a transbordar do meu rosto, se  meu pais estivessem mortos, eu não saberia o que fazer, pensei em como deve estar meu irmão, se ele estava morto ou não, ele não mora mais Miami, tinha esquecido.
Meu irmão se mudou a pouco tempo daqui por conta da faculdade, me deixando sozinha com minha mãe e meu pai, no começo não foi muito fácil viver sem ele, aliás ele era o único que e dava apoio para seguir meus sonhos, minha mãe no começo aceitou essa idéia, porque ela pensava quer seria brincadeira mais quando ela viu que eu não seria a perfeita médica dela, as coisas mudaram, ela sempre soube que eu gostava de boxe e nunca aceito isso, o que as outras pessoas vão achar de você?
A minha mãe, sempre a amei, igualmente a meu pai, mais era muito fechado desde a partida do meu irmão, deixar de ser uma família feliz para ser uma família incompleta. Até eu decidir morar em meu próprio apartamento, sempre quis ser independente e seguir minha própria vida, mas esta tudo acabado, minha família deve estar morta, Ben esta morto, a cidade aos pedaços, minha vida desabada em um passe de mágica.
- Espere, olhe no outro lado.- escutei uma voz masculina alta por perto.
Parei de caminhar e me virei para saber de onde esse som estava vindo, fui me aproximando de uma casa que tinha algumas paredes em pé, com um buraco na parede, escutei passos, quando bisbilhotei pelo buraco na parede vi homens armados, dois eram morenos, altos e fortes, pareciam até mesmo irmãos a diferença era a cor do cabelo, um era preto o outro era marrom claro, mas ainda havia uma semelhança entre eles, o outro era um pouco mais baixo, de cor clara e estava com duas facas enormes nas costas, todos vestiam roupas pretas, reparei no detalhe de uma triângulo no lenço amarrado nos braços dos homens, parecia muito com o tipo de bomba que eu lembrava vagarosamente na noite do terror.
- Achei um! – falou o homem das facas nas costas.
Ele estava puxando uma mulher que estava toda ensanguentada e gritando de medo.
- Por favor me ajudem, por favor! – falava a mulher que soluçava.
- Você sabe que o chefe não quer mulheres! – falou o homem moreno do cabelo marrom claro enquanto a mulher implorava ajuda ajoelhada no chão.
De repente o homem das facas desapareceu enquanto o outro de cabelo marrom claro chutou a barriga da mulher, fazendo ela gritar de dor, em seguida outro chute agora na cabeça fazendo o nariz dela sangrar, tapei a boca para não gritar junto aos gritos dela, o homem do cabelo preto a levantou e segurou a mulher que gemia de dor, o outro tirou uma arma do cós da calça e mirou no rosto da mulher puxando o gatilho que acertou em cheio na testa da mulher.
- Pronto – falou o homem de cabelo marrom claro – agora vasculhem tudo!
Fiquei aterrorizada com aquela cena, como eles podiam ser tão crueis ? E quem era o “chefe” que não gostava de mulheres? Porque eles estava com faixas da bomba que destruiu Miami? Sentei e fiquei digerindo a imagem que acabava de ver, respirava ofegante e tão alto que parecia que estava tendo um ataque nos pulmões, tenho que sair desse lugar!
Quando me levantei para correr dei de cara com o homem alto das facas nas costas, não me toquei que ele havia saído para vasculhar enquanto eu estava bisbilhotando.
- Vejamos o que temos aqui! – falou ele olhando para mim com um sorriso malicioso no rosto  - Mais uma Paul!